segunda-feira, 2 de setembro de 2013

PRIMEIRA HIGHLINE DO VALE DO PARAÍBA

Max entrando na linha.
Max na travessia.
          Com as conquistas das vias da Falésia da Cachoeira do Onça praticamente concluídas, resolvemos comemorar o fato convidando a todos os escaladores e amigos a participarem do festival que faremos nos dias 28 e 29 de Setembro, para que todos conheçam mais este paraíso natural com vias de escaladas, cachoeiras e, agora, highline.
Luís Flávio e Takishita preparando as ancoragens.
          Em preparação para a festa a equipe da Cadena Escalada convidou nosso amigo Luiz Milan Lasanha, escalador de Taubaté, para que dividisse conosco a experiência de montar essa que é a primeira highline de todo o Vale do Paraíba.
Max.
          Desde meus primeiros passos na slack comecei a olhar para a cachoeira com outros olhos, imaginando o que, até então, parecia inviável mas que já despertava alguns flashs em nossas mentes adrenalizadas vislumbrando um projeto diferente, uma HIGHLINE. Bastou concluirmos os trabalhos das conquistas das vias e sobrou um tempinho para dedicar à nova engenhosidade, ainda mais com a empolgação do nosso amigo Lasanha que sequer titubeou ao ser convidado.
Lasanha ao lado da queda, onde inicia a travessia.
          Durante a semana preparamos todo o material necessário (e o psico também) e separamos o último fim de semana (dias 31/08 e 01/09) para trabalhar nisso. Para nossa alegria eis que surgiram mais três voluntários: o Takishita ( um dos primeiros escaladores da região), Max (escalador de Taubaté) e o Rafael Luperni (Perna), sem cujas ajudas seria muito difícil.
Luís Flávio sendo ejetado.
          Em loco, começamos a analisar as possibilidades: de onde pra onde, ancoragens, distância, onde nossa fita de 30 metros conseguiria atravessar, etc. Alguns minutos de análises e logo resolvemos atacar na linha mais perfeita imaginada, saindo bem ao lado da queda d´água e atravessando exatamente pelo diâmetro do poço da cachoeira, só tínhamos dúvida se o comprimento da fita seria suficiente. Localizamos as ancoragens: no lado da queda, duas chapeletas com argolas, bombas. Do outro lado do poço, três árvores sólidas como concreto.
Max tentando estabilizar.
          Enquanto Lasanha montou um rapel nessas árvores e desceu em direção à água limpando alguns galhos do caminho onde passaria a fita, Takishita e Eu fomos para o outro lado. Preparei a base nas chapas e lancei para baixo, corda backup e fita, chegando nas mãos do Perna que encarou a água gelada para fazer o serviço. 
Lasanha mandando muito.
          O momento mais empolgante foi quando vimos que a fita alcançou, quase com precisão, toda a travessia que planejamos, não sobrou mais que um metro. Incrível. Daí, foi só preparar a redução e fazer força. Muita força. Esticamos em cinco puxando a corda e, mesmo assim, tivemos a certeza de que temos que esticar mais. Fiz a travessia no "baldinho"  para prender a corda backup na fita e tudo estava pronto. Após uma pausa para recuperar as energias e fazer um rango, pois já passava das 13h00, não aguentei a ansiedade e fui o primeiro.
Lasanha voando de ponta cabeça.
          Mesmo tendo uma certa habilidade na slackline, percebi que aquilo ali seria bastante diferente, ao olhar pra frente, devido a altura, mal se enxerga a fita, fininha, que parece não acabar nunca. Ao entrar, mal ficava em pé, dava um ou dois passos e era ejetado. 
Luís Flávio (sentado) e Lasanha registrando tudo com a GoPro na cabeça.
          Na sequência, todos encararam. Lasanha, foi o que teve mais sucesso, chegando a estabilizar por alguns momentos, mas voou bastante também. Takishita, parecia que estava em um trapézio de circo, com suas recuperações malabarísticas. Carlinha foi a primeira mulher a encarar. Max também experimentou o poder de arremesso da fita.
          Todos ficamos muito felizes com o sucesso do projeto que superou todas as nossas melhores expectativas.  Faltou apenas a cadena, quem sabe no festival...

LUÍS FLÁVIO OLIVEIRA