sábado, 8 de junho de 2013

REINTEGRAÇÃO DE POSSE






        Durante os últimos 6 meses de 2012, cravamos uma verdadeira "guerra" com uma grande colméia de abelhas africanas que habitavam a parte de cima deste lindo setor  até que recuamos após perder a última batalha. Meses depois, já com apoio de um profissional  conseguimos reocupar o local e retomar alguns projetos deixados pela metade após a remoção  adequada das antigas moradoras.
Seguimos então, Eu, Cláudio Medeiros e Inácio Bianchi para a continuação da abertura  de vias no setor que será, com certeza, um dos mais freqüentados, principalmente na época das chuvas, já que possui um grande teto que protege a base  e a parede de praticamente qualquer temporal.
        

         Havíamos deixado uma via inacabada após sofrermos alguns ataques ferrenhos das apícolas e decidimos, óbvio, terminar o serviço antes de começar outro.Carreguei meu rack, passei a mão na ponta da corda e toquei  até o último grampo batido, há uns 15 metros de altura, exatamente debaixo de um grande teto, muito negativo, porém cheio de agarras, através do qual decidi continuar.  Marimbondos à parte, o caminho estava perfeito, entalei um camalot 0.75 em uma fenda  para me estabilizar e bati um P, o último antes de entrar no teto. Daí pra frente, tive que fazer buracos de cliff para ascender mais  uns 3 ou 4 metros onde bati uma base, já depois da virada.
Gostaríamos de continuar a via até o cume, porém nesse trecho a rocha empobreceu-se de agarras e resolvi parar por ali, até porque a via, por inteira, ficara fantástica e fora elogiada por todos ali presentes, pelo estilo e sensação visual que causou. Tudo foi registrado pelas lentes do Tácio Phillip que estava escalando na via ao lado, a tanga frouxa.
           A rota ainda não tem cadena. Ela se inicía em um pequeno diedro, saindo para a esquerda e ficando bastante vertical, já com um crux de início, continuando por mais uns 7 metros até começar uma travessia para a esquerda, de uns 4 metros, daí pra cima é só pressão. Negativo, com agarras gordas até virar o teto num lance de boulder, com direito a calcanhar pra cima da cabeça e tudo, há uns 20 metros de altura. A rocha, por estar praticamente virgem ainda, está bastante esfarelenta e solta muitos pedaços.
           Achamos que a graduação ficará na casa do 8º grau. O visual ficou alucinante. Com certeza, vale a pena encarar esse projeto.
           Ah, e claro, nenhum nome mais justo para a via do que  REINTEGRAÇÃO DE POSSE.

                                                         LUÍS FLÁVIO OLIVEIRA

                                 
   
                                 

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